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sexta-feira, fevereiro 04, 2005

O Mário 

O Mário sempre foi um rapaz divertido. Tem muitos amigos, uns que sabe que são verdadeiros, outros que são de ocasião e outros conhecidos a quem só diz "Oi!". O Mário sabe que estes últimos não devem ser mencionados como amigos e já os de ocasião não deveriam existir. Mas como é um rapaz simpático, o Mário não se importa com estas coisas e deixa a sua vida rolar ao sabor do acaso mas de forma devidamente controlada.
O Mário é jovem e gosta da irreverência típica que a juventude lhe confere. Gosta de sair com o pessoal, jogar à bola, apanhar bebedeiras e muito mais. Em casa o Mário é feliz. Tem uns pais com o espírito jovem, que sempre o acompanharam, que confiam nele e que, por isso, sempre o apoiaram em tudo.
Além de tudo isto o Mário tem um tesouro enorme. A sua namorada Anabela. Ela é a rapariga mais bonita da escola, claro que só podia andar com o Mário que é o rapaz mais popular lá do sítio. Eles são felizes, têm uma relação estável, gostam muito um do outro e já viveram momentos inesquecíveis.
Só que o Mário sempre foi um rapaz de quem as raparigas gostavam muito. Em tempos, antes de andar com a Anabela, o Mário não tinha namoradas fixas e limitavca-se a ter relacionamentos curtos e baseados no físico. E foram alguns... Hoje, após oito meses de namoro com a Anabela, o Mário acordou com saudades desses tempos. De repente, um sentimento que o consome mas uma sensação de instabilidade. O Mário recrimina-se por estar sequer a pensar em ter outra rapariga que não a Anabela, que ama. Não compreendendo o que se passa tenta refelctir sobre tudo isto. Sente-se deprimido e recorre a um amigo.
Em conversa com Fábio, Mário conta a estranha sensação que sentira:
-"É uma vontade de descobrir algo novo e diferente, mas depois invada-me um sentimento de culpa."
-"Talvez estajas cansado da relação" - retorquiu Fábio
Mário, frustrado, virou costas e partir para sua casa onde se refugiou no quarto. Os pensamentos sobre tudo aquilo assombravam-no. Não compreendia porque é que acordara com aquela vontade de partir novamente para as relações curtas. Ao mesmo tempo a que mantinha com Anabela era tão perfeita e como sempre desejara, que não concebia estar farto, como o seu amigo dissera. Então o que se passara?
No dia seguinte o mesmo, e no outro também... uma semana se passara e nada muda, sempre o mesmo sentimento. Durante todo este tempo, Mário escondeu o que sentia de Anabela, com sucesso. Ela não se apercebera da confusão que ia na cabeça do seu namorado. Durante este curto mas imenso tempo, o rapaz sofre com esta situação, mas nunca fez nada para magoar Anabela.
Um dia, de manhã chega à escola e espera-o Anabela, como sempre. Mas ela parece diferente:
- "Mário, temos que falar."
- "Ontem encontrei o Fábio. Sabes que eu já era amiga dele antes de vocês se conhecerem?"
- "Sim, claro."
- "É que... bem, nós começámos à conversa e... de repente... aproximámo-nos e..."- disse Anabela balbuciando
- "Então fala!"- disse Mário num tom carinhoso enquanto lhe passava a mão pelo cabelo
- "Nós sempre fomos muito amigos sabes... amigos... tipo... estás a ver?"
- "Sim, compreendo." - disse Mário antes de virar costas e partir em direcção à sala de aulas.

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