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sexta-feira, janeiro 09, 2004

Excepções?

Há pessoas que não param de nos surpreender. Muito recentemente deparei com um destes casos que, embora conviva comigo há já algum tempo só ultimamente se tem revelado um bípede acéfalo. Trata-se de um dos mpfuvos com que sou obrigado a partilhar a sala de aula que, embora generosa, nunca o é suficientemente para evitar que eu e os meus camaradas tenhamos que partilhar os mesmos quinze metros quadrados com determinados seres vivos (ou não). Mas o facto que me preocupa não é a proximidade física que mantenho com as “brigadas mpfuvos” da minha sala de aula. Preocupante é sim o facto de eu não saber até quando serei capaz de aguentar tamanha falta de vida naquelas caixas cranianas.
De há alguns dias para esta altura tem vindo a vincar-se no comportamento das “brigadas mpfuvos” um agradável afastamento no que toca á interacção entre esse grupo comigo mesmo e até com meus camaradas. Mas simultaneamente – e não fui capaz de deixar de reparar – as mpfuvos parecem perder faculdades mentais. Uma delas tem ultimamente sofrido de um grave agravamento na perda das já mencionadas faculdades. É raro o dia em que ela não nos presenteia com comentários cheios de oportunismo e sapiência. Deixo-vos agora algumas das várias “pérolas” desta senhora:
· Falava-se na aula acerca de um político corrupto que aceitara 50.000 contos em “luvas” para ajudar uma construtora privada a ganhar um concurso público de uma obra estadual. O comentário da simpática senhora foi o seguinte: “Mas para que é que ele queria tanta luva?”
· A certa altura de uma outra aula, a nossa “amiga” levanta uma questão acerca da importância das pinturas rupestres em Foz Côa. Como se isto não fosse suficiente um dos argumentos apresentados pela mpfuvo foi o seguinte: “Mas para é que aquilo serve? Ainda se lá houvesse um tesouro!”
· Acesa estava uma discussão acerca dos conceitos de moderno e de antigo. Todos participaram com as suas opiniões e confrontaram-nas numa agradável conversa quase tertuliana. O contributo da rapariguinha para a conversa foi deveras “diferente”. Enquanto olhava janela fora disse o seguinte: “Que bonito... as nuvens a mexerem-se.”
· Ainda hoje a mpfuvo fez juz ao seu estatuto de ser acéfalo. A certa altura falou-se na força do maxilar de um Pitbull e na violência da sua dentada. Depois de se falar no animal durante uns minutos e de se mencionar algumas das suas características físicas a senhora pergunta: “Mas o que é um Pitbull? É um cão?”. Um dos meus camaradas responde: “Não, é um sapo!”. Não se falou mais nisso porque todos pensaram que ela tinha percebido que se tratava de uma ironia e assim concluído que um Pitbull é, na verdade, um cão. Mas passados uns longos segundos de silencio ela volta a questionar: “Agora a sério. É um cão não é?”

Meus amigos... tudo isto existe, tudo isto é triste e tudo isto é o que eu tenho que suportar diariamente numa turma do segundo ano de uma licenciatura em Comunicação.
Surpreendidos? Não o estejam. Esta é apenas uma pequena amostra do quão degradada pode estar a mente de alguém que não perde o Big Brother por nada neste mundo, que assiste a 70% das novelas que são transmitidas e que vê a TVI de dia e de noite.
Finalizo com a minha apreciação ao novo canal 2 da RTP, aqui vai: A Anabela Mota Ribeiro ganhava mais se fosse sair comigo no próximo Sábado (e eu também ganhava mais um bocadinho). Tenho dito! BEM HAJAM


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